Você saberia distinguir uma informação verdadeira de uma fake news? Essa pergunta simples, mas crucial, deu origem ao projeto interativo Fato ou Caô, uma experiência audiovisual provocativa e participativa que convida o público a refletir sobre o consumo de informação na era da desinformação.
Desenvolvido no auge da pandemia de 2020 e lançado em 2021, o projeto nasceu do desejo de tornar visível aquilo que muitas vezes passa despercebido: o modo como acreditamos, compartilhamos e damos credibilidade ao que vemos e ouvimos diariamente.
Com quatro narrativas que exploram os temas mais sensíveis daquele ano — meio ambiente, saúde, política e violência —, o vídeo coloca o espectador no centro da experiência. Cada história é contada por personagens distintos e construída em colagens de videoarte, simulando os formatos mais recorrentes da disseminação de fake news: vídeos de WhatsApp, áudios alarmistas, prints de manchetes duvidosas e relatos com forte carga emocional. Tudo foi fundamentado em uma extensa pesquisa de notícias amplamente compartilhadas, justamente para tocar o público com o que ele já viu, ouviu ou compartilhou.
Ao final de cada narrativa, surge a pergunta provocativa: “Fato ou Caô?”. Mas a proposta vai além de um jogo binário. Independentemente da escolha, o espectador é convidado a checar fontes reais, acessando os links e materiais utilizados na construção das histórias. Essa virada narrativa transforma a experiência em uma ferramenta de educação crítica, estimulando a postura ativa diante da desinformação.
Minha atuação percorreu todas as etapas do projeto: desde a pesquisa de conteúdo e roteirização das histórias, até a gravação da introdução do vídeo, montagem na plataforma Eko Studio e apresentação do projeto no congresso internacional ARTECH 2021, em Portugal. Além disso, fui coautora do artigo acadêmico publicado na ACM Digital Library, intitulado “The consumption and dissemination of information: media narrative languages and reflections on fake news in ‘Fato ou Caô’”.
Fato ou Caô é resultado de um trabalho coletivo que alia linguagem transmídia, interatividade e gamificação com o compromisso ético da educação midiática. Utilizar os próprios códigos da desinformação para desarmá-la, provocando reflexão e criticidade, foi a grande aposta e também o grande diferencial do projeto.
Arte, Tecnologia e Patrimônio: o congresso ARTECH em um lugar único.
Fato ou Caô no ARTECH: a intersecção da arte e da crítica.
Olhares atentos e mentes abertas: uma plateia em busca de conhecimento e troca.
Entre sprays e sorrisos mascarados: a arte digital e urbana floresce viva como resistência e cor.
Luz e movimento: uma videoinstalação no congresso ARTECH.
O mundo da imaginação gira em papel: arquitetura, sonho e traço num mesmo planeta criativo.
Porque com alegria saireis e em paz sereis guiados.
Conexões Virtuais, Debates Reais: A palestra de Lúcia Santaella sobre desinformação.
Fato ou Caô: Narrativas Digitais e o Combate à Fake News.
Ideias circulam, conexões se formam, porque inovação também nasce nos encontros.
Diante de um fundo verde, qualquer realidade pode ser criada, o futuro da narrativa visual e digital começa aqui.
O projeto Fato ou Caô, que explora o consumo e a disseminação de informações nas mídias digitais, também alcançou reconhecimento internacional. A pesquisa foi apresentada na conferência ARTECH 2021, um dos eventos mais relevantes sobre arte digital e tecnologia.
O artigo discute as linguagens narrativas utilizadas na mídia e os impactos da desinformação na sociedade, oferecendo uma reflexão crítica sobre como o conteúdo é produzido, compartilhado e percebido no ambiente digital.
A publicação completa está disponível na biblioteca digital da ACM (Association for Computing Machinery) e pode ser acessada pelo link: The consumption and dissemination of information: media narrative languages and reflections on fake .